É comum que, por vezes, TDAH e Dislexia sejam apresentados de maneira conjunta e até mesmo similar. Isto ocorre porque a Dislexia – termo alternativo para o Transtorno Específico da Aprendizagem (F81) – costuma ser comórbido com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (F90).
Aqui apresentaremos o que ambos possuem em comum e quais são as diferenças marcantes, para evitarmos o uso sinônimo, visto que, devido ao maior índice de comorbidade o TDAH pode ser erroneamente compreendido um Transtorno da Aprendizagem.
Em comum:
– Os sintomas devem persistir por pelo menos 6 meses;
– Devem apresentar evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional;
– Podem ser especificados em gravidade: leve, moderada ou grave, a depender do impacto que causam no funcionamento social, acadêmico ou profissional;
– Para os diagnósticos, é necessário considerar que os impactos no dia a dia dos indivíduos fogem da margem das dificuldades atencionais ou de leitura esperadas para cada faixa etária;
– Ambos devem ser apresentados na fase da infância ou adolescência e podem ou não persistir na vida adulta.
Diferenças:
TDAH
– Trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento que pode ser apresentado de três maneiras: predominantemente desatento (prevalência de sintomas de desatenção), predominantemente hiperativo (prevalência de sintomas de hiperatividade) ou misto (combinação de ambos os tipos de sintomas);
– Os sintomas devem ser apresentados antes dos 12 anos de idade e em 2 ou mais ambientes;
– Está associado a prejuízos das funções executivas: flexibilidade cognitiva, controle inibitório, atenção, raciocínio lógico, memória operacional, fluência, planejamento, categorização e tomada de decisão;
– Pode ou não estar associado a dificuldades acadêmicas;
– Prevalência de 5% de crianças e 2,5% de adultos.
DISLEXIA
– Trata-se de um transtorno específico da aprendizagem, ou seja, interfere diretamente no desenvolvimento de habilidades acadêmicas;
– As dificuldades iniciam-se nos anos escolares;
– Costuma ser comórbido com Transtornos do Neurodesenvolvimento (TDAH Transtorno do Espectro Autista – TEA);
– Prevalência de 5 a 15% em crianças e 4% em adultos;
– Estritamente ligado à imprecisão na leitura de palavras, velocidade, fluência e compreensão da leitura;
– Pode provocar prejuízo na expressão escrita;
– As dificuldades citadas não devem ser explicadas por deficiência intelectual ou acuidade visual ou auditiva não corrigida.
Referencias: Manual diagnostico e estatistico de transtornos mentais: DSM-IV. Porto Alegre: Artmed, 1995.